terça-feira, 1 de janeiro de 2013

"Deficiência mental" é usada nos EUA por famílias carentes para permanecerem em Programa Assistencial

Às vezes, a cara da pobreza nos Estados Unidos se apresenta dessa forma: país da região montanhosa dos Apalaches retirando seus filhos das aulas de alfabetização. As mães e os pais dessa parte do país temem que, caso seus filhos aprendam a ler, eles terão uma probabilidade menor de se qualificar para receber o cheque mensal entregue àqueles que têm algum tipo de deficiência intelectual. (...)
Mais angustiante ainda são os pais que acreditam que é melhor que a criança permaneça analfabeta, pois, assim, a família conseguirá reivindicar um cheque-deficiência todos os meses. (...)
Uma funcionária do distrito escolar local, Melanie Stevens, explica a situação da seguinte maneira: "O maior desafio que enfrentamos no papel de educadores é descobrir como conseguiremos quebrar essa dependência do governo. Na segunda série, eles têm um sonho. Na sétima série, eles têm um plano". (...)
Para tentar descobrir o que isso pode significar, eu acompanhei o trabalho da Save the Children, uma organização de assistência que, na cabeça da maioria de nós, atua apenas em países como Sudão ou Somália. Mas a Save the Children também atua para criar oportunidades aqui nos Estados Unidos, em lugares como a casa móvel de Britny Hurley - e a organização oferece um modelo daquilo que realmente funciona. (...)
Acompanhei Courtney Trent, 22, que é uma das coordenadoras do programa para a primeira infância, em suas visitas a várias casas. Ela incentiva as mães (e os pais, caso eles estejam por perto) a ler para as crianças, a contar histórias, a conversar com elas e a abraçá-las. Se os pais não sabem ler, Trent os estimula a virar as páginas de livros ilustrados e falar sobre o que estão vendo.
Em cada visita, Trent leva alguns livros - e traz de volta aqueles que havia deixado em sua visita anterior. Muitas das casas visitadas por ela não possuem nenhum livro infantil. (...)
"AS PESSOAS NÃO QUEREM FALAR SOBRE A POBREZA NA AMÉRICA", disse Mark Shriver, que gerencia os programas nacionais da Save the Children, enquanto percorríamos o estado de Kentucky. "FALAMOS MAIS SOBRE A POBREZA NA ÁFRICA DO QUE SOBRE A POBREZA NA AMÉRICA."
http://noticias.uol.com.br/midiaglobal/nytimes/2012/12/31/para-continuar-em-programa-de-assistencia-a-deficientes-intelectuais-algumas-familias-mantem-analfabetismo-dos-filhos-nos-eua.htm


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