sexta-feira, 22 de abril de 2011

DIFICULDADES DE CRIANÇAS HIPERATIVAS NA ESCOLA

Muitos pais possuem filhos hiperativos e não sabem disto. Quando passam a freqüentar a escola é que os maiores problemas aparecem. Dentre eles estão as dificuldades de aprendizagem e as de relacionamento.

As dificuldades de aprendizagem aparecem em decorrência do déficit de atenção, pois ao menor barulho, movimento ou pensamento que a distraia, a criança hiperativa desconcentra-se do foco do ensino e passar a “viajar”, conversar ou interagir com as outras crianças da sala. Consequentemente, não terá um bom aproveitamento do que está sendo ensinado pela professora, deixando de acompanhar as explicações, copiar ou executar tarefas propostas.

Algumas dicas para que a criança se concentre são: a professora organizar rotinas de atividades na lousa, tornando bem claras as atividades do dia para as crianças; chamar a criança hiperativa pelo nome; colocá-la sentada próxima de si ou de crianças menos agitadas; quando precisar de que sejam executadas pequenas tarefas fora da sala de aula, a professora solicitar a ajuda desse aluno, o que fará com que ele se movimente e se acalme.

Os pais também enfrentam dificuldades para que essas crianças realizem as tarefas de casa, sendo que estes momentos tornam-se horas de tortura para a criança e de angústia para os responsáveis. Sendo assim, uma sugestão eficiente é observar a quantidade de atividades que a criança deve cumprir e dividi-las em etapas, solicitando que a mesma resolva cada etapa de uma vez, intercalando-as com outras atividades prazerosas. Nesses espaços de tempo, a criança relaxa e a tarefa torna-se menos cansativa para as duas partes (filhos e pais).

Quanto aos problemas de relacionamento, acredito serem os mais difíceis de conseguirmos solução, pois a criança hiperativa tem a necessidade de ser o centro das atenções, o que a faz desejar participar de todas as atividades e não abrir concessões quando perde em uma brincadeira ou jogo, deixando os colegas extremamente irritados. Além disso, as crianças hiperativas têm dificuldades em conduzir uma brincadeira ou jogo até o final, com exceção se forem de extremo interesse delas, e, com isso, acabam atrapalhando as brincadeiras dos colegas. Outra característica delas é a fala em demasia: conversam sem parar, roubando o espaço dos colegas.

Esses comportamentos afastam a criança hiperativa das demais, o que faz com que se sinta solitária. Para resolver esse problema, geralmente agride os colegas, como forma de chamar a atenção e dizer que quer fazer parte do grupo.

O livro Mentes inquietas: TDAH, Desatenção, Hiperatividade e Impulsividade, escrito pela médica psiquiatra Ana Beatriz Barbosa Silva, trata do assunto com muita propriedade, explicando o transtorno e orientando pais, professores e responsáveis pelas crianças sobre como lidar com as mesmas, tornando-as mais felizes, uma vez que possuem autoestima baixa, e melhorando a qualidade de interação delas com a família, os professores e os amigos.

Finalizando, reproduzo um trecho dessa fascinante obra:

“No entanto, o que se vê, na maioria absoluta dos DDAs (Distúrbio do Déficit de Atenção), é que, no fundo de suas essências, eles têm um profundo amor à vida, tanto que passam a maior parte de seu tempo buscando emoções, aventuras, projetos, amores, tudo para viver mais intensamente. Arriscaríamos dizer que os DDAs jamais buscam a morte. Às vezes, quando mesmo sem querer chegam bem perto dela, não era para lá que se dirigiam e sim para a vida, esta vida que, para eles, de tão interessante, por vezes chega a doer. E é na busca dessa vida dentro da vida que está o impulso mais forte de todo DDA. Para eles tudo é MUITO. Muita dor, muita alegria, muito prazer, muita fé, muito desespero. E, se pudermos fazê-los ver a força que esse impulso pode ter, quando bem direcionado, na construção de uma vida que valha tanto para eles como para a humanidade, teremos feito a nossa parte nesse processo.”

Referência bibliográfica:

SILVA, Ana Beatriz Barbosa - Mentes inquietas: TDAH, Desatenção, Hiperatividade e Impulsividade - São Paulo : Editora Gente, 2003.

Texto escrito por Tamar Naline Shumiski.

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