sexta-feira, 5 de abril de 2013

CAMINHADA

Dizem que a caminhada não fortalece os músculos, a menos que seja os da perna, nem define as formas, porém traz outros benefícios não só para o corpo, mas também para a alma.
Quando o dia amanhece, adoro contornar o santuário perto de casa: ele é deslumbrante! Suas três cruzes altaneiras atraem meu pensamento, impulsionando-me a pensar em Deus. Três coqueiros e a arquitetura alemã do templo enchem a minha alma de paz e tranquilidade. Sinto vontade de dar voltas infinitas ao seu redor.
Conforme vou acelerando meus passos, ritmados ao som da canção Que sejas meu universo, meu corpo vai se fortalecendo, se animando, o sangue vai irrigando o cérebro, a coluna, enfim, todo meu ser, enquanto meu espírito medita na letra da música que diz: Que de manhã seja o primeiro pensamento. Quero continuar pensando nele, no Deus soberano que renova minhas forças como a águia a cada dia.
Não me sinto sozinha, pois além da presença do Pai, encontro outras pessoas que também sentem prazer (e necessidade, talvez) em iniciar seu dia neste exercício salutar que prepara o corpo e a alma para mais um dia de trabalho ou de descanso – muitos são idosos, aposentados, quem sabe.
- Bom dia!
- Bom dia!
E os passos seguem apressados. Alguns arrastam cãezinhos, outros correm atrás deles, que procuram aproveitar os poucos instantes de liberdade que o dia lhes oferece. Enquanto observo a amizade e simpatia com que as pessoas se cumprimentam, os casais que, menos apressados, observam pássaros nas árvores que circundam o santuário, comparo a vida na cidade pequena com a agitação e a desconfiança da cidade grande.
Lá não poderia me concentrar na suavidade da música que me convida a entregar a Deus não apenas uma parte dos meus anos, mas todos os meus planos, teria ainda menos coragem de cumprimentar  todos que passam por mim.
Ao final da quinta volta, minha mente se encontra rejuvenescida e meu corpo está aquecido, preparados para iniciar a jornada diária. Este ritual faz parte de meus planos para a vida toda.
05/04/2013. Crônica escrita por Tamar N. Shumiski.

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